Até o momento não há casos de mortes relacionadas a bebidas contaminadas no DF
O Distrito Federal registrou a apreensão de 896 litros de cachaça adulterada em 2025, segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF). Apesar de não haver casos de mortes relacionadas a bebidas contaminadas no DF, os episódios em São Paulo, que já contabilizam cinco óbitos por ingestão de metanol, reforçam a atenção para produtos sem procedência regular.
De acordo com a SES-DF, 161 estabelecimentos foram autuados neste ano por comercializar produtos irregulares. No total, 1.342 locais foram monitorados durante operações fiscais integradas com a Secretaria de Segurança Pública.
Clubes de São Paulo suspendem venda de destilados após mortes por bebidas adulteradas com metanol
Segundo a secretaria, é comum identificar irregularidades, principalmente em comércios clandestinos. “Nesses locais, muitas vezes são encontradas bebidas sem rotulagem adequada, clandestinas ou adulteradas. Nesses casos, os responsáveis são autuados e a polícia é chamada. Os produtos irregulares são apreendidos e descartados pela vigilância sanitária”, afirmou a SES em nota ao Metrópoles.
Além das ações integradas, a pasta realiza inspeções em bares e distribuidoras por meio dos Núcleos de Inspeção das regiões de saúde.
Investigação federal
Nesta terça-feira (30/9), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, informou que será investigada a possível conexão entre os casos de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo e ocorrências recentes no Paraná, incluindo eventual participação de facções criminosas. A PF também apura se os produtos adulterados podem ter chegado a outros estados.
A declaração foi feita em entrevista coletiva em Brasília, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro da Saúde afirmou que há suspeita de envolvimento de organização criminosa nas adulterações.
Em São Paulo, até o momento, foram registrados 22 casos — 17 suspeitos e cinco confirmados. Entre as mortes, uma foi confirmada por metanol e quatro estão sob investigação.
Senacon emite alerta
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) orientou Procons e estabelecimentos sobre medidas para garantir a segurança na comercialização de bebidas alcoólicas:
Compra e fornecedores
Comprar exclusivamente de fornecedores idôneos, com CNPJ ativo;
Exigir e arquivar a Nota Fiscal eletrônica (NF-e) e conferir a chave de 44 dígitos no portal oficial;
Evitar ofertas com preço anormalmente baixo ou sem documentação fiscal;
Manter cadastro atualizado de fornecedores, incluindo CNPJ, endereço e contatos, para garantir rastreabilidade.
Recebimento
Adotar dupla checagem no recebimento: abertura das caixas na presença de duas pessoas, conferência de rótulos, lotes e notas fiscais;
Registrar data, quantidade, fornecedor, número e chave da NF-e;
Guardar recibos, comprovantes, imagens de Circuito Fechado de Televisão (CFTV) e planilhas para pronta cooperação com as autoridades.
Armazenamento
Identificar todos os colaboradores com acesso ao estoque;
Garantir condições adequadas de armazenamento e controle de acesso, para prevenir manipulações indevidas.
Sinais de adulteração
Observar indícios visuais como lacres tortos, rótulos com erros de ortografia, embalagens com defeitos, odor de solvente ou divergências de lote;
Em caso de suspeita, interromper imediatamente a venda, isolar o lote, preservar as evidências e notificar a Vigilância Sanitária, a Polícia Civil, os Procons e o Ministério da Agricultura e Pecuária.
A Senacon reforçou a importância da atuação conjunta entre governo, setor privado e sociedade para coibir práticas criminosas de falsificação e proteger os consumidores.