O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, acumula cada vez mais chances de ser candidato da direita nas eleições de 2026. A seu favor conta a administração do estado, que reduziu índices e enfrentou criminosos utilizando a cartilha bolsonarista. Contra ele, entretanto, pesam sequencias de atos e decisões que demonstram a mania de tratar a coisa pública como parte dos seus negócios privados. O favorecimento a parentes- e são muitos – é uma das condutas citadas por possíveis aliados para demonstrar sua visão deturpada em relação a coisa pública.
O DCO ouviu políticos de diversos partidos de direita sobre as chances do governador viabilizar sua candidatura para além do próprio estado. Em consenso, críticas a sequência de atos favorecendo a própria família. Conduta que parte da classe política entende como sinais de um coronelismo ainda presente em Goiás.
E não são raras as demonstrações. De acordo com dados do Portal da Transparência, parentes do governador levam quase R$ 600 mil por mês em contratos comissionados, temporários, e efetivos no estado. Somente no primeiro escalão são 14 parentes.
Caiado também já passou por alguns constrangimentos. Teve que cancelar a concessão de 10 medalhas que daria a seus parentes, entre eles, a mulher Gracinha Caiado e a filha, Ana Vitória, por “relevantes serviços prestados a segurança pública de Goiás”. O caso virou piada nas redes sociais e o governador desistiu da solenidade.
“Um candidato à presidência tem que ter acima de tudo respeito a coisa pública. Saber diferenciar o público do privado é a primeira coisa que se espera de quem almeja essa vaga”, afirma Ciro de Souza, cientista político da Universidade de Brasília.