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Claudia Raia anuncia gravidez aos 55: por que é tão rara a gestação nessa idade?

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Crédito da Foto: Divulgação

A atriz Claudia Raia, de 55 anos, anunciou que está grávida do terceiro filho. Ao lado do marido, o também ator e cantor Jarbas Homem de Mello, de 53 anos, ela compartilhou um vídeo no Instagram dando a notícia aos fãs e explicando que a gravidez foi uma surpresa.

Nos conteúdos compartilhados na rede social, ela diz ter ficado desconfiada quando sua médica pediu exames para confirmar a gravidez.

“Quando a médica me pediu um beta, exame de sangue de gravidez. Eu falei: ‘amor, você está bem louca. De onde você tirou isso? Eu tenho 55 anos de idade’. Ai ela falou: ‘mas eu preciso investigar porque todas as suas taxas estão diferentes, estão estranhas'”, afirmou a atriz.

O resultado do teste apontou que ela já estaria com uma gestação com mais de três semanas.

Mas por que o anúncio de uma gestação aos 55 anos surpreendeu a tanta gente?

De acordo com o ginecologista e obstetra Caio Parente Barbosa, as chances de acontecer uma gravidez naturalmente após a menopausa são quase nulas.

Isso porque no período de menopausa, que acontece entre os 45 e 55 anos, os ovários entram em falência e o estrogênio e progesterona, hormônios femininos, caem irreversivelmente.

A mulher produz um número limitado de óvulos que vão diminuindo durante a vida — e sem a produção adequada dos hormônios, a gravidez se torna praticamente inviável.

“Nada é impossível, mas todas as gestações que acompanhei na minha prática clínica dentro dessa faixa etária contaram ou com óvulos congelados [de uma época em que a mulher era mais jovem], ou com óvulos doados por outra mulher em idade fértil. Após os 43 anos, mesmo em tratamento de fertilização a chance de gravidez gira em torno de 5%”, explica o médico, que faz parte do Instituto Ideia Fértil de Reprodução Humana e é pró-reitor de pós-graduação, pesquisa e inovação da Faculdade de Medicina do ABC.

Quais os riscos de uma gravidez tardia?

Em óvulos de mulheres acima de 40 anos, que são considerados de menor qualidade, há maior risco de abortamento natural.

Além disso, o bebê também tem risco aumentado de má formação fetal, alterações cromossômicas que resultam em síndromes genéticas como síndrome de Down, parto prematuro e restrição de crescimento intrauterino (o que faz com que o bebê nasça menor do que deveria).

Mas, se a mulher usa um óvulo mais jovem, os riscos diminuem consideravelmente. “Há um alerta maior para diabetes gestacional e hipertensão na mãe, mas nada que um bom pré-natal não possa contornar”, esclarece Barbosa.

“As complicações maternas mais graves, como hemorragia e necessidade de internação em UTI, são raras, mas aumentam proporcionalmente com a idade materna (acima de 40 ou 45 anos)”, diz o obstetra Marcelo Luís Nomura, especialista em gestação de alto risco do Vera Cruz Hospital.

De acordo com Nomura, embora a idade materna seja um fator relevante para considerarmos a gestação como sendo de alto risco, as condições de saúde da mãe e a presença de doenças prévias como hipertensão e diabetes são fatores que devem ser discutidos com o médico ao se planejar uma gravidez tardia.

“Algumas doenças maternas presente antes da gravidez podem aumentar substancialmente os riscos de complicações graves.”

A idade do homem também importa. Aqueles que se tornam pais depois dos 35 anos apresentam um risco maior de ter filhos prematuros. Além disso, a cada ano que passa, há menos espermatozoides e com menor qualidade, o que pode dificultar as tentativas de gravidez.

Fonte: Giulia Granchi(BBC News Brasil em São Paulo/Correio Braziliense)

Data: 29.09.22

Crédito da Foto: Divulgação

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