Por 58 votos a 18, o plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (21), o nome do advogado Cristiano Zanin para exercer o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme indicação encaminhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Aos 47 anos, Cristiano Zanin tem experiência de 25 anos como advogado e liderou mais de 100 processos julgados no STF, além de outros mais de 550 julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Antes da votação no plenário, o postulante à vaga no STF foi sabatinado durante 8 horas pelos senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Ele fez um relato de sua experiência e afirmou que se sente seguro e com a experiência necessária para atuar na suprema corte brasileira. “Procurei desempenhar minha função com maestria, acreditando no que é mais caro para qualquer profissional do Direito: a justiça”, destacou.
Na CCJ, Zanin foi aprovado com 21 votos favoráveis. Foram registrados cinco votos contrários. Ao ser questionado pelo senador Sérgio Moro (UB-PR) se irá se declarar impedido de julgar processos da operação Lava Jato, ele respondeu que antes de tudo deve-se analisar os casos detalhadamente e não apenas rejeitá-los se tiverem a “etiqueta da Lava Jato”. Por outro lado, Zanin esclareceu que vai seguir regras objetivas. “Nos processos em que atuei como advogado não poderei vir a julgar este processo ou causa”, disse.
O futuro ministro é especialista em litígios empresariais e criminais, nacionais e transacionais. Ele foi advogado de Lula nos processos da operação Lava Jato. Após uma ação liderada por Zanin, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) reconheceu que a prisão de Lula, em abril de 2018, violou o devido processo legal e, com isso, o impedimento para o petista disputar a eleição presidencial naquela época teria violado seus direitos políticos.